
Riscos de receitas médicas ilegíveis preocupam sociedade e farmacêuticos
A ilegibilidade em receitas médicas é um problema grave que coloca em
risco a saúde dos pacientes e desafia os profissionais farmacêuticos
diariamente. Um simples traço mal escrito pode levar a erros de medicação,
desde dosagens incorretas até a administração de fármacos completamente
diferentes do prescrito. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) alerta
que "nunca adivinhar receitas" é uma regra essencial
para garantir a segurança do paciente.
Neste artigo, exploraremos os perigos das receitas médicas ilegíveis, os impactos na saúde pública, os desafios enfrentados por farmacêuticos e as soluções tecnológicas e educacionais que podem reduzir esses riscos. Além disso, abordaremos estatísticas alarmantes, casos reais de erro de medicação e medidas preventivas para pacientes e profissionais da saúde.
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1. O Perigo das Receitas Ilegíveis:
Erros de Medicação e Riscos à Saúde
1.1. Dados Alarmantes sobre Erros de
Medicação
Segundo um estudo publicado no Journal of Patient Safety,
cerca de 7.000 mortes por ano nos EUA estão relacionadas a
erros de medicação, muitos deles causados por prescrições médicas
ilegíveis. No Brasil, embora não haja estatísticas oficiais tão
abrangentes, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) relata
que confusões entre nomes de medicamentos (como
"Diazepam" e "Diazoxide") e erros de dosagem são
frequentes, podendo levar a:
- Intoxicações medicamentosas
- Reações alérgicas graves
- Falhas no tratamento (principalmente em
doenças crônicas como diabetes e hipertensão)
- Internações hospitalares
evitáveis
1.2. Casos Reais de Erros por
Receitas Ilegíveis
Um caso emblemático ocorreu em 2023, quando um paciente em
Minas Gerais recebeu "Losartana" (50mg) em vez de
"Levotiroxina" (50mcg) devido à semelhança na escrita. O
erro só foi detectado após o paciente apresentar queda brusca de
pressão e mal-estar, exigindo intervenção médica de emergência.
Outro exemplo aconteceu em um hospital de São Paulo, onde um médico escreveu "5mg de Morfina", mas a letra fechada fez com que o farmacêutico interpretasse como "50mg", resultando em uma superdosagem perigosa.
2. Os Desafios dos Farmacêuticos:
Pressão e Responsabilidade
2.1. A Dificuldade de Decifrar
Prescrições
Farmacêuticos enfrentam o desafio diário de interpretar
letras ilegíveis, abreviações confusas e símbolos ambíguos. Ana Lúcia
Mendes, farmacêutica com 15 anos de experiência em São Paulo, relata:
"Muitas vezes, perdemos minutos preciosos ligando para médicos ou
cruzando dados no sistema, enquanto o paciente espera ansioso. Em emergências,
esse atraso pode ser crítico."
2.2. A Pressão por Agilidade vs.
Segurança
Em farmácias movimentadas, há uma cobrança por rapidez, o
que pode levar a tentativas de "adivinhar" o que
está escrito. No entanto, o CFF é enfático:
"Interpretar erroneamente uma receita é uma falha ética e
técnica, podendo resultar em responsabilização legal do farmacêutico
e da farmácia."
A Resolução nº 596/2014 do CFF estabelece que:
- Farmacêuticos não podem
dispensar medicamentos com base em suposições.
- Em caso de dúvida, o médico prescritor deve ser contactado imediatamente.
3. O Papel do Paciente: Direito à
Informação Clara
3.1. Pacientes Devem Questionar
Receitas Ilegíveis
Muitas pessoas têm medo de questionar o médico ou
farmacêutico, mas é um direito do paciente entender
claramente:
- Qual medicamento está sendo
prescrito?
- Qual a dosagem correta?
- Existem interações
medicamentosas perigosas?
3.2. Como Identificar uma Receita de
Risco?
- Letra incompreensível
- Abreviações não padronizadas (ex: "AZT"
pode significar tanto "Azitromicina" quanto
"Zidovudina")
- Doses mal especificadas (ex: "1
comp." sem indicação de miligramagem)
Se uma receita estiver ilegível, o paciente deve:
- Perguntar ao médico antes de
sair do consultório.
- Recusar a medicação se o
farmacêutico não conseguir confirmar os dados.
- Exigir a reescrita da receita, se necessário.
4. Soluções para Reduzir Erros:
Prescrição Eletrônica e Educação
4.1. A Prescrição Eletrônica
(e-Prescrição)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que países
como Suécia e Canadá reduziram em 60% os erros de
medicação após a adoção integral da prescrição digital. No
Brasil, a Anvisa regulamentou a e-prescrição em 2020, mas a
implementação ainda é lenta devido a:
- Falta de infraestrutura
tecnológica em
regiões remotas.
- Resistência de médicos mais
tradicionais.
- Custos de implantação para clínicas
pequenas.
Vantagens da e-Prescrição:
✔ Elimina problemas de letra
ilegível.
✔ Reduz fraudes em receitas
controladas.
✔ Integra prontuários
eletrônicos, evitando interações perigosas.
4.2. Educação Médica e
Conscientização
Além da tecnologia, é fundamental:
- Treinar médicos para
escrever com clareza.
- Padronizar abreviações (ex: "CP"
para "comprimido").
- Incentivar a dupla verificação (médico + farmacêutico).
5. Segurança do Paciente é
Prioridade
A ilegibilidade em receitas médicas é um problema
evitável que coloca vidas em risco. Enquanto a prescrição
eletrônica avança no Brasil, pacientes e profissionais devem agir
com cautela:
✅ Médicos: Escrever
com clareza ou adotar a e-prescrição.
✅ Farmacêuticos: Nunca
adivinhar – sempre confirmar com o prescritor.
✅ Pacientes: Exigir
informações claras e relatar erros.
📌
- Receitas médicas ilegíveis
- Erros de medicação
- Riscos de prescrição incorreta
- Prescrição eletrônica (e-prescrição)
- Conselho Federal de Farmácia (CFF)
- Segurança do paciente
- Intoxicação por medicamento
- Direitos do paciente na farmácia
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