
Brasil
Registra Primeiro Caso da Nova Cepa de Mpox: Clado 1b
Na última sexta-feira (7/03), o Brasil confirmou o primeiro caso da cepa Clado 1b do vírus mpox, uma variante associada a maior letalidade e transmissão sexual. O caso foi registrado na região metropolitana de São Paulo, em uma paciente de 29 anos que não possui histórico de viagens a áreas de risco, mas teve contato com visitantes da República Democrática do Congo (RDC), país onde a cepa está em surto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém a emergência sanitária internacional desde agosto de 2023, devido ao potencial de disseminação global dessa nova variante.
Esse é um alerta importante sobre a chegada da nova cepa da mpox ao Brasil. A Clado 1b, sendo mais letal e transmissível por contato íntimo, exige atenção redobrada das autoridades de saúde e da população.
O Que é a Cepa Clado 1b?
A mpox,
também conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral da mesma família
da varíola tradicional, erradicada em 1980. Atualmente, existem duas principais
linhagens do vírus:
·
Clado 1: Originária da África Central, com taxa de mortalidade
estimada em até 10%.
·
Clado 2: Originária da África Ocidental, com mortalidade em torno
de 1%.
A nova variante, Clado 1b, ganhou destaque em setembro de 2023 ao demonstrar capacidade de transmissão sexual, similar à subvariante 2b do Clado 2, que causou o surto global de 2022. No entanto, o Clado 1b é consideravelmente mais letal, o que acende um alerta para autoridades de saúde em todo o mundo.
Diferenças Entre as Cepas
·
Clado 2 (Subvariante 2b): Responsável pelo surto global de
2022, essa variante se espalhou rapidamente devido à sua capacidade de
transmissão por contato íntimo. Apesar disso, apresenta baixa letalidade (cerca
de 1%).
· Clado 1b: Além da transmissão sexual, essa variante tem uma taxa de mortalidade significativamente maior, podendo chegar a 10%. Até o momento, nenhuma morte fora da África foi associada a essa cepa, mas casos já foram registrados em países como Reino Unido, China e Estados Unidos.
Riscos e Cenário Global
A OMS mantém
o alerta máximo devido à expansão geográfica da variante Clado 1b e ao seu
potencial de transmissão sexual, que facilita a dispersão global. Richard
Hatchett, diretor da CEPI (Coalition for Epidemic Preparedness Innovations),
alertou sobre o risco de a variante se espalhar rapidamente por redes de
contato íntimo, de forma semelhante ao HIV.
Na República Democrática do Congo (RDC), onde a cepa está em surto, conflitos armados e recursos limitados dificultam o controle da doença. A situação é preocupante, pois a circulação simultânea de diferentes cepas aumenta o risco de mutações adicionais, o que poderia complicar ainda mais o cenário global.
Sintomas e Prevenção
Os sintomas
da mpox incluem:
·
Febre
·
Lesões cutâneas
·
Fadiga
·
Inchaço de gânglios linfáticos
O período de
incubação pode durar até três semanas. Embora a maioria dos casos seja leve,
grupos vulneráveis, como pessoas com HIV não tratado, têm maior risco de
complicações.
Medidas de Prevenção
·
Vacinação: Vacinas desenvolvidas para a varíola tradicional oferecem
proteção cruzada contra a mpox e são recomendadas para populações de alto
risco. No Brasil, a imunização é direcionada a grupos específicos, seguindo orientações
da OMS.
·
Vigilância: A OMS reforça a necessidade de vigilância global,
especialmente diante da circulação simultânea de diferentes cepas.
· Educação: Informar a população sobre os riscos e formas de transmissão é essencial para conter a disseminação do vírus.
O Caso no Brasil
A paciente brasileira, uma mulher de 29 anos, está em recuperação e deve receber alta em breve. Ela não viajou para áreas de risco, mas teve contato com visitantes da RDC, seu país de origem. O caso reforça a importância de monitorar contatos internacionais e adotar medidas preventivas, especialmente em regiões com grande fluxo de pessoas.
O registro
do primeiro caso da cepa Clado 1b no Brasil acende um alerta para autoridades
de saúde e a população em geral. Com uma taxa de mortalidade elevada e
capacidade de transmissão sexual, essa variante representa um desafio
significativo para o controle global da mpox.
A OMS mantém
a emergência sanitária internacional, reforçando a necessidade de vigilância,
vacinação e educação para prevenir a disseminação do vírus. Enquanto isso, o
caso da paciente em São Paulo serve como um lembrete da importância de medidas
preventivas e da colaboração global no combate a doenças infecciosas.
Fique atento
às atualizações e siga as recomendações das autoridades de saúde. Juntos,
podemos enfrentar esse desafio e proteger nossas comunidades.
Opinião
A chegada da cepa Clado 1b da mpox ao Brasil representa um desafio para a saúde pública. O que mais preocupa é a alta letalidade dessa variante e sua transmissão por contato íntimo, o que pode acelerar sua disseminação, como já vimos acontecer com a subvariante 2b em 2022.
Além disso, o fato de a paciente não ter viajado para áreas endêmicas, mas ter tido contato com visitantes da RDC, reforça a importância do rastreamento de casos e do fortalecimento da vigilância epidemiológica. Isso mostra que o vírus pode estar circulando de forma mais ampla do que se imagina.
A boa notícia é que já temos vacinas que oferecem proteção cruzada, mas elas ainda são direcionadas a grupos específicos. Como farmacêutico, vejo que a conscientização da população sobre os sintomas, a importância da vacinação e as formas de prevenção são essenciais para evitar um surto maior.
O Brasil precisa agir rápido para evitar uma nova crise sanitária, especialmente porque nosso sistema de saúde já lida com desafios como dengue, Covid-19 e outras doenças infecciosas. A experiência com a pandemia mostrou que a transparência nas informações e a resposta ágil são fundamentais.
Você acha que essa nova cepa pode gerar um impacto grande por aqui ou acredita que as medidas de controle serão suficientes?
FONTE : CFF
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