Principais penicilinas, divididas em categorias conforme seu espectro de ação e características

 

As penicilinas são uma classe de antibióticos beta-lactâmicos amplamente utilizados no tratamento de infecções bacterianas. Elas são derivadas do fungo Penicillium e atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana, levando à morte da bactéria. Abaixo estão as principais penicilinas, divididas em categorias conforme seu espectro de ação e características:

1. Penicilinas Naturais (de espectro estreito)

• Penicilina G (Benzilpenicilina):

  • Via de administração: Intravenosa (IV) ou intramuscular (IM).

  • Indicações: Infecções por bactérias Gram-positivas, como estreptococos e meningococos. Também usada na sífilis e na febre reumática.

  • Limitações: Instável em meio ácido, não pode ser administrada por via oral.

• Penicilina V (Fenoximetilpenicilina):

  • Via de administração: Oral.

  • Indicações: Infecções leves a moderadas, como faringite estreptocócica e infecções de pele.

  • Vantagem: Mais estável em meio ácido que a penicilina G.

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2. Penicilinas Resistentes à Penicilinase (antistafilocócicas)

• Cloxacilina:

  • Via de administração: Oral ou parenteral.

  • Indicações: Infecções por Staphylococcus aureus produtor de penicilinase (ex.: infecções de pele e tecidos moles).

  • Característica: Resistente à beta-lactamase.

• Oxacilina:

  • Via de administração: Parenteral (IV ou IM).

  • Indicações: Infecções estafilocócicas graves, como endocardite e osteomielite.

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3. Penicilinas de Amplo Espectro (aminopenicilinas)

• Ampicilina:

  • Via de administração: Oral ou parenteral.

  • Indicações: Infecções por bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, como E. coli, Haemophilus influenzae e Salmonella.

  • Limitação: Suscetível à beta-lactamase.

• Amoxicilina:

  • Via de administração: Oral.

  • Indicações: Infecções respiratórias, otite média, sinusite e infecções do trato urinário.

  • Vantagem: Melhor biodisponibilidade oral que a ampicilina.

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4. Penicilinas Antipseudomonas (ureidopenicilinas)

• Piperacilina:

  • Via de administração: Parenteral (IV).

  • Indicações: Infecções graves por Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas.

  • Característica: Frequentemente combinada com inibidores de beta-lactamase (ex.: piperacilina-tazobactam).

• Ticarcilina:

  • Via de administração: Parenteral (IV).

  • Indicações: Infecções por Pseudomonas e outras bactérias Gram-negativas.

  • Limitação: Menos utilizada atualmente devido ao surgimento de resistências.

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5. Combinações com Inibidores de Beta-Lactamase

• Amoxicilina + Ácido Clavulânico:

  • Exemplo comercial: Augmentin.

  • Indicações: Infecções por bactérias produtoras de beta-lactamase, como otite média, sinusite e infecções do trato respiratório.

• Ampicilina + Sulbactam:

  • Indicações: Infecções intra-hospitalares e infecções por bactérias resistentes.

• Piperacilina + Tazobactam:

  • Indicações: Infecções graves, como pneumonia associada à ventilação mecânica e infecções intra-abdominais.

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6. Outras Penicilinas

• Benzatina (Penicilina G Benzatina):

  • Via de administração: Intramuscular (IM).

  • Indicações: Profilaxia de febre reumática e tratamento de sífilis.

• Procaína (Penicilina G Procaína):

  • Via de administração: Intramuscular (IM).

  • Indicações: Tratamento de infecções moderadas, como sífilis e infecções de pele.

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Resumo das Principais Características

Penicilina	Espectro	Resistência a Beta-Lactamase	Vias de Administração
Penicilina G	Gram-positivos	Não	IV, IM
Penicilina V	Gram-positivos	Não	Oral
Cloxacilina	Estafilococos	Sim	Oral, IM, IV
Amoxicilina	Gram-positivos e negativos	Não	Oral
Ampicilina	Gram-positivos e negativos	Não	Oral, IM, IV
Piperacilina	Gram-negativos (Pseudomonas)	Não	IV
Amoxicilina + Clavulanato	Amplo espectro	Sim (com inibidor)	Oral
Piperacilina + Tazobactam	Amplo espectro	Sim (com inibidor)	IV

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Considerações Importantes

• Alergia: As penicilinas são uma das classes de antibióticos que mais causam reações alérgicas. Pacientes com histórico de alergia devem evitar seu uso.

• Resistência Bacteriana: O uso indiscriminado de penicilinas tem levado ao aumento da resistência bacteriana, especialmente por produção de beta-lactamases.

• Combinações: A associação com inibidores de beta-lactamase (ex.: ácido clavulânico, tazobactam) amplia o espectro de ação e supera a resistência bacteriana.