Teste rápido do SUS para hanseníase: Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), novos casos de hanseníase no Brasil ultrapassarão 15.000 em 2021, com o Brasil ocupando o segundo lugar com maior número de casos do mundo, perdendo apenas para a Índia.
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (25) a prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase. O Ministério da Saúde deve investir cerca de R$ 3,7 milhões em novos testes. A informação foi divulgada em evento sobre o mês Janeiro Roxo contra a doença.
Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar em nível assistencial, de forma universal e no sistema público de saúde
Com essa ação, o Brasil será o primeiro país do mundo a prestar assistência em nível geral e no sistema público de saúde. O GenoType LepraeDR e o NAT Hans, por serem testes de biologia molecular que exigem uma estrutura laboratorial mais avançada, devem estar disponíveis no Lacen (laboratório central de saúde pública), inicialmente em 10 estados até o final de 2022.
A meta é chegar a 27 unidades federativas até o final de 2023. Testes imunocromatográficos rápidos estarão disponíveis nas unidades básicas de saúde. De 2016 a 2020, foram diagnosticados 155.300 novos casos de hanseníase no Brasil. Entre eles, 86,2 mil eram do sexo masculino, representando 55,5% do total.
No mesmo período, foram registrados 19.900 novos casos de hanseníase, com incapacidade física grau 2 – o mais grave. Em alguns casos, os pacientes são encaminhados para serviços de referência para confirmação diagnóstica e acompanhamento, se necessário.
Um evento de treinamento chamado "Carrinho de Saúde da Hanseníase" será realizado para médicos da atenção primária. As eliminatórias serão realizadas em cinco estados: Mato Grosso, Maranhão, Ceará, Piauí e Bahia. Outra iniciativa será a implantação do Telehans, serviço remoto de auxílio ao diagnóstico da hanseníase. O objetivo é ampliar a resolutividade do diagnóstico da doença.
Um aplicativo também estará disponível para apoiar os profissionais de saúde no exame e tratamento. O representante do Ministério da Saúde acrescentou que serão ministrados cursos a distância sobre o tema para profissionais de saúde.
O Ministério também fará um levantamento nacional sobre a situação dos pacientes com hanseníase. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fundamental no combate à hanseníase e no tratamento dos portadores de hanseníase.
“Onde não há retorno econômico, às vezes a indústria farmacêutica vira as costas. É necessário que a União, estados e municípios, por meio do SUS, consigam ter vigilância em saúde mais eficiente”, defendeu.
Sobre a hanseníase
A doença é causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) que afeta principalmente os nervos periféricos e a pele, podendo causar incapacidade física nas mãos, pés e olhos. A hanseníase é curável e tratável, mas é considerada endêmica em alguns lugares, como Brasil e Índia. Os principais sintomas são dormência, formigamento, diminuição da força nas mãos, pés e pálpebras, bem como manchas brancas ou vermelhas, calor, dor ou diminuição ou perda de toque.
Na Pandemia
Durante a pandemia, foi constatada uma queda nos novos registros de casos. Enquanto 27.684 novos diagnósticos de hanseníase foram confirmados em 2019, em 2020 o número foi de 17.979. Nereu Mansano, representante do Conselho Nacional de Ministros da Saúde (Conass), expressou preocupação com a redução.
“Nem sempre a queda de taxa de detecção é notícia boa. Nestes últimos dois anos [a redução] se deve a menor procura do diagnóstico. Isso aumenta o risco de um diagnóstico em fase mais avançada e maior risco de sequelas”, declarou.
Willames Freire, presidente do Conselho Nacional de Setores Municipais de Saúde (Conasems), chamou a atenção para o fato de a doença atingir desproporcionalmente os mais pobres e debateu a importância de ampliar o diagnóstico e o tratamento.
Fonte e Referência : agenciabrasil, gauchazh, oglobo, agenciabrasil
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